Ilustração para coluna do Benjamim Back publicada no Lance |
Confesso que achava que, depois de eleito, eu veria Romário mais de sunga na praia do que de terno no plenário. Felizmente me enganei.O que eu esperava menos ainda era ver o Gênio da Grande Área chamando para si o jogo político e tendo uma atuação destacada como a que estamos vendo. Leia aqui um exemplo disso.
Assisti várias vezes Romário ao vivo, no estádio, e , bem ou mal, se percebia nitidamente que ele jogava algo diferente dos outros 21 em campo. O porte, o posicionamento, o toque na bola, as jogadas e, porque não, as IDEIAS do cara eram diferentes das de todos os demais.
Agora, vendo o que o baixinho tem feito em Brasília, começo a perceber um fenômeno semelhante. Indo na contramão do "pior do que tá não fica", Romário vestiu o terno e assumiu a responsabilidade que a ele foi conferida pelo voto.
Só que é a tal coisa, né? Vivemos no Brasil e, como fazemos com tudo que PARECE bom e correto demais, a gente logo começa a querer saber qual a maracutaia que está por trás. Já começaram a pipocar teorias sobre interesses políticos excusos, uma possível candidatura à prefeitura do Rio e por aí vai. Tenho o palpite de que, se na época de jogador, Romário não era exatamente o sujeito mais obediente e passivo, muito pelo contrário, sempre foi uma figura que dizia o que pensava de forma clara e objetiva e fez o que fez nos campos de futebol fazendo do seu jeito, sem aceitar pitaco de qualquer um, não seria agora, depois de velho, que ele começaria a ser subserviente. Isso, como escrevi aí em cima e pra deixar bem claro, é o meu palpite.
A história do Romário no futebol é poderosa, está sacramentada e não há nada que possa lhe tirar as glórias e as conquistas. A história dele na política acabou de começar e ainda está para ser escrita. Só espero que, assim como nos tempos de jogador, valha muito a pena assistir ao baixinho "jogando esse jogo" e que ele continue sendo diferente dos "outros" de forma clara e inconstestável.
A conferir.
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